Na sexta-feira, 01.09.2023 a Escola Estadual Professor José Saint’Clair Magalhães Alves, recebeu a doação de livros 18 sobre a história de Juiz de Fora participantes o Projeto Cinturão Cultural, uma parceria do GAAC e do Instituto Müller Hill do Brasil. Os diretores do IMHB Christine e Alexandre Müller Hill Maestrini e a presidente do GAAC Rita Félix entregaram três exemplares de cada livro para o Vice-diretor Guilherme Penna levar para a biblioteca da escola que fica na Dr. Kalil Abrahão Hallack, 10 – Bairro Santa Clara – Juiz de Fora – MG.
Na foto acima da esquerda para a direita estão a pedagoga Maibe, o coordenador do EJA Carlos Mágno, o Professor de História do EJA Renato e o vice-diretor Guilherme Penna.
O GAAC lidera o envio dos livros doados pelos autores para as 12 bibliotecas dos bairros de Juiz de Fora escolhidas, eles são também referentes à historiografia negra e periférica do município. O objetivo do Cinturão Cultural é fomentar a leitura da história e da africanidade da comunidade local, bem como despertar o interesse nos alunos para suas próprias histórias e desenvolver o sentido de pertencimento, valorização e autoestima.
As 12 bibliotecas serão os pilares de sustentação do Projeto Cinturão Cultural em Juiz de Fora e receberão cada uma 3 obras de cada autor de Juiz de Fora ligadas ao tema. A Escola Estadual Professor José Saint’ Clair Magalhães Alves foi escolhida pois oferece Ensino Fundamental, Médio e Educação de Jovens e Adultos – EJA (Ensino Médio), nos turnos da manhã, tarde e noite.
Na foto acima da esquerda para a direita estão a Professora de uso da biblioteca: Ihngred Raeny, a pedagoga Maibe, o coordenador do EJA Carlos Mágno e o Professor de História do EJA Renato. As seis obras doadas em cima da mesa e disponíveis na biblioteca da Escola Estadual Professor José Saint’ Clair Magalhães Alves foi para consulta são:
1) Com a obra “Controle Social e Pobreza” o professor Jefferson de Almeida Pinto procurou entender o processo de controle social formal e informal sobre a pobreza urbana de Juiz de Fora entre os anos de 1876 e 1922, período histórico chamado de passagem à modernidade. A mendicância e vadiagem era imputada aos grupos mais pobres e de origem africana, crioula e escravista.
2) O livro “O negro – Trabalho, sobrevivências e conquistas” questiona onde estavam os negros após a abolição? Onde estavam na história, nos livros didáticos e nas narrativas? Foi o silêncio que estimulou a cientista social professora Dr. Rita de Cássia Souza Félix Batista numa das mais vultuosas pesquisas sobre a memória negra em Juiz de Fora após 1888. As páginas em branco de seu livro fazem referência ao apagamento do negro na história da cidade e do país após a abolição.
2) Em seu livro “Negras memórias da Princesa de Minas: Memórias e representações sociais de práticas religiosas de matriz africana”, resultado de sua dissertação de mestrado em psicologia social, a pesquisadora Gilmara Santos Mariosa retrata o padre e uma irmandade formada por negros escravizados e libertos e práticas religiosas ainda hoje marginalizadas pelo racismo
3) Resgate histórico do autor Alexandre Müller Hill Maestrini, Franz Hill – Diário de um Imigrante Alemão – é a síntese entre a Memória, a História e a Literatura. São as desventuras de seus antepassados, que deixaram o pequeno vilarejo de Wendelsheim, na Europa Germânica e se aventuraram na difícil travessia pelo mar em 1858 para se instalarem na Cidade do Parahybuna.
4) No livro “Os trabalhadores e a cidade: a formação do proletariado de Juiz de Fora e suas lutas por direitos (1877-1920)” – o professor Luís Eduardo de Oliveira analisa a formação e a expansão do mercado de mão de obra, atentando para os sentidos políticos e as repercussões na opinião pública dos movimentos deflagrados pelo proletariado local e suas associações classistas em prol de melhores condições de trabalho.
6) No seu terceiro livro “Lindolfo Hill – um outro olhar para a esquerda“, o autor Alexandre Müller Hill Maestrini resgata e apresenta as lutas do personagem, seu tio-avô, com seus ideais sempre voltados para as classes mais necessitadas. Na clandestinidade após perder o mandato, Lindolfo mantém-se na linha política do PCB. Somente em 2022 foi restituído o título de vereador pela CMJF.
Bom dia!
Mais uma vez, minha reverencia e deferência a esta equipe, intrépida, que toca este lindo projeto de cidadania a partir da leitura.